Para quê esse drama, meu bem
Não uses tensões como desculpa
Não te camufles com esses exageros
Não te coibas de sentir mas não te prives do sorriso
Nem tudo é mau, não o tempo todo
Enroscada no cobertor, cansada
Das salgadas dores que lhe escorriam dos olhos
Lembrei-lhe quão doce pode ser a vida,
Sem extremos ou hipérboles
Um banho, um jato quente
Talvez lhe reaqueça o coração
Misturada à água, pode chorar sem culpas
Sem medo que outros olhos a vejam
Senão os seus
Que miram o reflexo acabado no espelho
E os pés descalços sobre a tijoleira fria
Causam-lhe desconforto, quase um choque térmico
Diz ela! Mas relevo-lhe de novo os aumentos
Conheço-lhe os astros, o signo, o âmago
Talvez seja a hora de trazer-lhe aconchego
Recordo-lhe a sua paixão pela chuva, o seu gosto a maresia
O sabor dos refogados ou o arrepio das brisas, dos ventos
Sei do que gosta, e até do que sente…
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